quarta-feira, 30 de junho de 2010

Oitavas

Uruguai 2 x 1 Coreia do Sul

A segunda força da América, com dois gols de Luis Suárez, confirmando que ele é o melhor atacante de área do mundo, algo que venho dizendo há muito tempo, avançou às quartas-de-final para enfrentar Gana, o remanescente africano. A grata surpresa da Copa sofreu seu primeiro gol na competição e algumas falhas da defesa (que não contará com Godín no próximo jogo) trazem preocupação a nós torcedores do Uruguai.

Gana 2 x 1 Estados Unidos

Estados Unidos vieram com duas novidades, Clark e Findley. Clark, jogando futebol infra-humano, entregou a bola para Boateng marcar o primeiro, levou amarelo e saiu no primeiro tempo ainda, Findley não mostrou para que estava em campo e saiu para dar lugar ao brasileiro Feilhaber. Os EUA empataram no segundo tempo cobrando pênalti discutível. Na prorrogação, Gyan fez seu terceiro gol na Copa (após fazer dois de pênalti nos grupos) e eliminou os americanos, limpando a barra da arbitragem. A África segue e tem a possibilidade de colocar um representante nas semifinais pela primeira vez na história.

Alemanha 4 x 1 Inglaterra

Foi tão delicioso e perfeito que pareceu cena de novela das 8.

Ninguém é tão fã dos ingleses e da Inglaterra quanto os ingleses, em segundo lugar venho eu - que adoro o senso de humor britânico e o metrô londrino.

A arrogância inglesa os impede de admitir que seu único grande feito internacional, o título em casa em 1966, contou com uma enorme ajuda da arbitragem, que inventou o gol de desempate de Hurst (que marcou três gols nessa partida) na final contra a Alemanha.

O resultado em favor da Inglaterra legitima tudo. Assim foi na Copa do Mundo de 1966, assim foi, mais recentemente, na temporada 2007/08 do campeonato local, que viu
o Arsenal abrir 5 pontos de vantagem na reta final do campeonato e iniciou-se a temporada da vergonha (com invenção de pênalti para o Birmingham empatar no último minuto, gol impedido do Aston Villa em um empate e impulsionando a virada do Chelsea, com um gol absurdamente impedido de Drogba) para impedir que o time afrancesado, que não contava com nenhum inglês no time titular, fosse campeão na terra da rainha, o queridinho Manchester United herdou o título. A imprensa britânica noticiou apenas que o Arsenal sentiu a falta dos contundidos Rosicky e Eduardo.

Nos olhos dos outros é refresco... Mas assim não foi na vitória por 2 x 1 da Argentina contra a Inglaterra com o famosíssimo gol da "mano de Diós", marcado por Maradona, as casas de apostas de Londres pagaram também àqueles que apostaram no 1 x 1, tentando fazer "justiça".

Assim também não foi agora. Com o The Sun noticiando "Franks for nothing" na capa de seu site, em referência ao gol de Lampard, que atravessou a linha, mas não alterou o placar - um dos gols mais bonitos da Copa - parece que erros de arbitragem são matéria de capa quando a Inglaterra sai derrotada. Nenhuma referência à ausência do contundido Beckham ou ao mau futebol apresentado durante toda a competição.

Para elogiar os ingleses, o The Sun comenta até os acertos de arbitragem do trio inglês que apitou Brasil e Chile (
"in the Chile-Brazil game, linesman Darren, 41, correctly ruled Luis Fabiano was onside when he scored Brazil's second, while fellow linesman Mike rightly ruled Robinho offside when he found the net." em http://www.thesun.co.uk/sol/homepage/features/3036529/Tribute-to-super-ref-Howard-Webb.html) sem nenhuma referência ao pênalti escandaloso em Lúcio que ficou por marcar.

Quem sabe agora, ao se perceber os malefícios da manipulação de resultados, os ingleses apoiam a arbitragem eletrônica? Seria uma grande vitória para os amantes do futebol limpo.

A arbitragem nos impediu de ver um jogo interessante, no segundo tempo, houve apenas o passeio alemão. Destaque para Thomas Müller, que marcou duas vezes, e, ao lado de Özil, vem colocando o medíocre e bem treinado time alemão (que lembra bastante o Bayern München privado de alguns de seus principais jogadores: Robben, Ribéry, van Bommel e Olic) adiante na competição.

Com o gol marcado nessa partida, Klose empatou com Pelé na tabela histórica de artilheiros da Copa com doze gols (sete feitos de cabeça) e está a três de Ronaldo (a torcida é para que ele iguale essa marca já na próxima partida, contra a Argentina).

Argentina e agregados 3 x 1 México

O México vinha bem na partida, tendo colocado uma bola no travessão e realizado uma excelente finalização com Guardado - o qual, se tivesse guardado, colocaria o México em vantagem -, quando Messi passou para Tévez, clamorosamente impedido, muito à frente de todos os jogadores do México.

O gol irregular apareceu no telão, a arbitragem viu, mas decidiu manter no placar o quarto gol irregular da Argentina em seu quarto jogo. Com a injustiça, o time mexicano se desestabilizou e o zagueiro Osorio passou a bola de bandeja para Higuaín marcar o segundo. O terceiro veio em grande estilo com Tévez no segundo tempo. Restabelecido, o México descontou com Hernández.

Holanda 2 x 1 Eslováquia

Os Países Baixos andam em alta! Com quatro vitórias em quatro partidas da Copa do Mundo, após oito vitórias em oito jogos nas Eliminatórias, a Holanda ainda deve ao mundo seu característico futebol mágico, mas os resultados mostram que o próximo adversário do Brasil é dificílimo.

As falhas na defesa deram espaço à boa atuação do goleiro Stekelenburg. O destaque da partida, mais uma vez, foi Sneijder, melhor meio-campista da Copa até agora, que contribuiu com uma linda assistência para o primeiro gol (marcado por Robben) e fez um gol fácil, após bela jogada de Kuyt, se valendo do erro do goleiro adversário.

Vittek, cobrando pênalti inventado, descontou no fim da partida marcando seu quarto gol na Copa.

Brasil 3 x 0 Chile

Uma vitória indiscutível. Poucas palavras são suficientes para descrever o único time que atropelou seu adversário. Destaque para a atuação de Robinho, que marcou seu primeiro gol em Copas, articulou jogadas (incluindo a do segundo gol) e ajudou na marcação. Um atacante moderno, ágil e versátil, está cada vez melhor na Copa. Kaká, a grande esperança do futebol brasileiro também está crescendo na competição, mas ainda aquém do que nós esperamos dele. O crescimento do futebol nessa partida se deveu ao fato de Dunga ter sido obrigado pelas circunstâncias a melhorar o time.

Com as saídas de Elano e Felipe Melo para a entrada de Daniel Alves e Ramires (entraram dois jogadores inferiores aos que saíram ao meu ver), Daniel jogou um tanto mais atrás do que vinha jogando (onde conseguiu render muito mais) e entrou Ramires, um jogador que se apresenta ao ataque (em flagrante oposição a Felipe Melo), aumentando as opções de ataque do time. Fica a torcida pela improvável volta de Elano, que na seleção vinha jogando demais, mas que essa volta não signifique o retorno ao esquema anterior (com dois volantes de contenção, esvaziando a criatividade do time).

A má notícia foi a suspensão de Ramires, que levou seu segundo cartão amarelo.

Disparadamente foi o melhor time das oitavas.

Paraguai 0 (5) x (3) 0 Japão

Depois de duas horas e acréscimos de mau futebol, a decisão foi aos pênaltis. O Japão não conseguiu apresentar o bom futebol que mostrou na partida contra a Dinamarca e também não contou com a sorte, tendo colocado uma bola no travessão no primeiro tempo (sendo seu melhor lance no jogo) e outra no chute de Komano na disputa de pênaltis (sendo seu pior lance na Copa). De positivo no jogo, apenas a cobrança decisiva realizada por Cardozo, que, com impressionante tranquilidade, tirou o Japão da Copa e qualificou o Paraguai pela primeira vez às quartas-de-final.

Espanha 1 x 0 Portugal

Depois de reclamar pênalti de Fábio Coentrão em Fernando Torres no primeiro tempo (pairam dúvidas, mas eu achei pênalti), a Espanha despachou Portugal com gol impedido de Villa, que recebeu passe do também impedido Xavi.

Foi a primeira apresentação boa da Espanha na Copa, começando a mostrar a razão de seu favoritismo apontado por muitos (dentre os quais me incluo). O resultado não foi elástico pela melhor atuação de um goleiro na Copa. Eduardo fez inúmeras defesas muito difíceis, incluindo no lance do gol, obrigando Villa a chutar duas vezes antes da bola encontrar a rede.

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