terça-feira, 13 de julho de 2010

Semifinais e Final

SEMIFINAIS:

Holanda 3 x 2 Uruguai

Mais uma vez sem encantar, a Holanda venceu. Abriu o placar após van Bronckhorst acertar o mais belo tiro da competição, um petardo no ângulo (em lance que nasceu irregular, porque van Bommel roubou a bola fazendo falta), mas viu a força uruguaia empatar com mais um belíssimo tiro de Forlán (que, em minha opinião, disputa com Kaká, Gerrard e Lampard o posto de melhor chutador de média e longa distância da atualidade, menção honrosa a Juninho Pernambucano, que não tenho tido o prazer de acompanhar ultimamente), mesmo chutando com o pé esquerdo, ele conseguiu colocar potência e uma acentuada curva na trajetória da bola. Em tiro de Sneijder que resvalou na defesa e contou com a participação de van Persie impedido, porque tentou emendar, a Holanda fez 2x1, o terceiro veio com a cabeçada de Robben. Nos acréscimos, a raça uruguaia descolou mais um, Maxi Pereira diminuiu a derrota.

Mais uma vez a Holanda teve o mérito de ter um colo e esperar a vitória cair nele, dessa vez a ajuda não foi do adversário, mas do trio de arbitragem. Após 100% de aproveitamento nos 14 jogos válidos pela Copa de 2010 (incluindo oito das Eliminatórias para a Copa), a Holanda se qualificou pela terceira vez para a final.

Resumo da campanha: estreia abrindo o placar com gol contra dinamarquês; vence o Japão com um frangaço do goleiro; bate o já eliminado Camarões; com dificuldades e cedendo muitas chances derrota a poderosíssima Eslováquia por 2x1; assiste ao Brasil entregar uma partida ganha e recebe uma mãozinha da arbitragem na semifinal contra o humilde, mas muito valente, Uruguai. Que Copa fácil, hein, Holanda?!

Espanha 1 x 0 Alemanha

Com o já aludido por Isac gol de Elba Ramalho (que guarda marcante semelhança com a cantora paraibana Carles Puyol), a Espanha passou pela Alemanha, equipe que apresentou o melhor futebol da Copa (apesar de suas limitações).

Devem (poderia dizer "devemos", já que torci bastante para a Espanha nessa partida) agradecimentos ao árbitro, que ficou por expulsar Sergio Ramos, que evitou chance clara de gol alemão fazendo falta.

Traçam-se semelhanças entre as semifinais. Em ambas qualificou-se um time em busca de seu primeiro título, em detrimento de um mais tradicional (que sentiu falta de um jogador muito importante suspenso; Luis Suárez num caso, Thomas Müller no outro), em partida equilibrada decidida por diferença de um gol.

O auxílio da arbitragem foi marcante nos dois jogos.

DISPUTA DO TERCEIRO LUGAR:

Alemanha 3 x 2 Uruguai

Numa Copa de pouquíssimas viradas, esse jogo teve duas. Os alemães começaram e terminaram na frente, em jogo que deram oportunidade a vários jogadores que não vinham atuando. Apesar de contar com a volta de Luis Suárez (que contribuiu com a assitência do primeiro gol e tabelou com Arévalo Ríos para ele cruzar para Forlán marcar o gol da virada uruguaia emendando de primeira com precisão e violência - talvez o gol mais bonito da Copa), o goleiro Muslera falhou por duas vezes e custou o bronze uruguaio.




FINAL:

Espanha 1 x 0 Holanda

O jogo nasceu fadado ao sucesso... Teríamos um novo campeão (o que não acontecia desde 1998 com a França). Teríamos um novo campeão jogando fora de casa (o que não acontecia desde 1958 com o Brasil). Teríamos um novo campeão fora de seu continente (o que só o Brasil fez, em 2002 e 1958). Foi a primeira final sem Brasil, Argentina, Alemanha nem Itália. A segunda final sem um campeão mundial nem o time da casa (a outra foi em 1954)...

O jogo foi um sucesso! Apesar dos esforços de Mr. Howard Webb para estragá-lo, não expulsando De Jong que deu uma solada no tórax de Xabi Alonso, em lance absurdamente brutal. O juiz também não expulsou Puyol, que marotamente fez uma falta de maneira disfarçada, impedindo Robben, que recebeu lindo passe de cabeça de van Persie (que fez sua primeira boa apresentação na Copa), de chegar em melhores condições contra Casillas. O goleiro espanhol saiu bem demais e ficou com a bola (o holandês levou injusto cartão por devida reclamação). Casillas já havia feito a melhor defesa da Copa contra o mesmo Robben, que recebeu passe magistral de Sneijder e saiu na cara do gol, com a ponta do pé o goleiro salvou, emocionante! O juiz foi econômico outras vezes, permitindo muita violência por parte do time laranja no primeiro tempo.

O domínio territorial espanhol não estava sendo convertido em grandes chances (exceto por duas perigosas cabeçadas de Sergio Ramos e uma chance isolada de Villa em jogada de Navas) e a Holanda vinha sendo perigosíssima nos contra-ataques. Vendo o jogo, o ex-técnico do Real Madrid, Vicente del Bosque (especialista em "tirar leite de vacas", isto é: fazer equipes com excelentes plantéis renderem muito bem, algo que é mais difícil do que parece, não é Dunga?), colocou Fàbregas faltando muito pouco para terminar o segundo tempo.

Graças à entrada de Fàbregas, que em 30 e poucos minutos foi o melhor jogador de linha da partida, a Espanha conseguiu converter essa superioridade territorial em oportunidades de gol. Conseguiu também converter as oportunidades em gol (no singular mesmo, mas que valeu por 80 anos de espera). O gol foi marcado por Iniesta, a assistência foi mesmo de Fàbregas e também participaram da jogada Navas e Fernando Torres (que, a exemplo de Fàbregas, vieram do banco), mostrando que o banco de reservas está aí para ser utilizado (não é, Dunga?).

Antes do gol tardio, a Holanda teve uma oportunidade de ouro com Mathijsen, em lance de escanteio, o zagueiro aproveitou a falha de Sergio Ramos para cabecear, havia um bom espaço para a bola entrar, mas ela foi forte demais e se perdeu. Ainda bem, glória ao bom de futebol. A Holanda não fez nada para merecer o título durante toda a competição.


O polvo Paul escolheu, entre as 256 combinações de vencedores que poderia, a única correta. Eu tenho uma teoria que colocam um dos aquários "mais cheiroso"que o outro, daí ele vai lá e escolhe sempre o favorito, mas isso não explica o fato do molusco ter escolhido a Sérvia contra a Alemanha na segunda rodada.


Ao final, o título ficou em excelentes mãos. Casillas foi um capitão elegante para erguer a taça FIFA e um romântico apaixonado para tascar um beijo na repórter que o entrevistava, sua namorada.

Uma bela Copa com belas histórias, quiçá não tenha primado pelo nível técnico, mas também não deixou a desejar.








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